
Levanta, mulher,
Que é madrugada
E tu tens que a comida
Botar no fogão.
Prepara a marmita,
Arruma teu homem,
Alimenta as crianças
De sonho e ilusão...
Bate a roupa no tanque,
Esfrega o chão
E corre cansada
Pra casa do patrão.
Caminha, ligeiro,
Que o dinheiro não dá
Nem pra condução.
Assiste do morro a vida passar
Sem pedir licença e nem perdão.
Os outros, lá fora,
Não sabem de nada
Pensam que tu és apenas
Um ninguém na multidão dos oprimidos
Desse mundo cão.
Mas, se Deus existe lá nos céus
Ou onde for
Ele sabe a santa que tu és,
Mulher de verdade
Renovando , a cada dia,
O milagre da vida e do pão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário