Sou como os ipês
Que florescem
Em qualquer estação.
Infância e mocidade
Já longe se vão.
Vejo no espelho
Um rosto que desconheço
E uma grande saudade
Toma todo o meu ser...
Sou ainda a menina
Cheia de sonhos e ilusão.
Vejo pessoas queridas
Que cá não mais estão
Vejo belas primaveras
De alegria e renovação
Vejo amores perdidos
E tristes invernos
De dura provação.
Dor e felicidade
Sempre lado a lado
E pedras no caminho
Que só me fizeram crescer.
E dentro de mim
Uma eterna canção:
Canta a esperança
Que inda grita
Em meu coração.
A canção que me embala
E dentro de mim se cala
Leva-me ao encontro bendito
Da essência de meu ser...
Sou hoje consciente
De defeitos e saber.
Ando solta pela vida
Com alegria e prazer.
Pescando sonhos
Nas curvas do mundo
E nos desvãos da memória.
No coração o amor não passa
E do pássaro toda a graça
Levo em voos incertos
No azul do Infinito...
No eterno espaço
De mim mesma
E na certeza da morte
Ainda busco o encanto
Da sorte
De quem nada pode fazer
Senão viver...
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