Para ser poeta de verdade
é preciso um bocado de amor
e também de paixão,
uma pitada de sutileza
e até mesmo de tristeza.
Poesia não combina
com a tal felicidade
e arroubos de alegria.
A verdadeira poesia
tem um cadinho de dor,
muita realidade,
alguma imaginação
e bastante filosofia.
A poesia não nasce
em qualquer terreno
que nem erva-daninha.
É preciso adubar a terra
com bastante carinho.
O poeta tem que ser,
na verdade, um esteta
e até fazer exegese
do canto dos passarinhos
e da conversa das estrelas.
Precisa estar na escuta
dos gritos do silêncio,
sondar muitos abismos
e escorregar por desvãos
da alma humana e da solidão.
Poeta tem que navegar
por mares de fantasia,
conhecer da língua o palavreado
e ter uma certa disritmia.
Deve acalentar sonhos,
esperanças e utopias.
Ter alma de criança
e sopros de esperança.
Tem que entrar por labirintos
e fazer da vida um bailado.
Tem que ter espírito vadio
e beliscar suspiros da noite.
Deve virar-se ao avesso,
ter raios de espanto,
filosofando em
volteios da ventania.
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