PRANTO NA MADRUGADA
No vai e vem das horas
Me ponho a meditar
Tempo que me foge
E amor que me arde
Saudade como o vento
Batendo na janela
Janela de minh’alma
Rostos, gestos e nomes
Tudo morto e levado pelo tempo
Mas, bem viva esta dor
Que me queima o coração
Dor de quem vive
de quem espera
e tanto ama...
E nas asas do tempo
E do vento
Minh’alma viaja
Por ermos lugares
Lá no passado.
Por tão grande amor
E por tão grande dor
Criam-me asas:
Não sou apenas mulher
Mas pássaro ferido
Em tempestade perdido...
Sou noite, sou dia,
Sou primavera e outono
Sabiá e cotovia
Meu canto triste
Se perde em madrugadas frias
E na solidão de meu quarto
Fantasmas me visitam
E ouvem tristes
Este meu canto...
Nenhum comentário:
Postar um comentário